Os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), votaram nesta terça-feira (09/09) pela condenação de Jair Bolsonaro e mais sete aliados por envolvimento em trama golpista para manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022.
Alexandre de Moraes foi o primeiro a votar. Em sua manifestação, ele rebateu todos os argumentos das defesas, que questionaram o andamento da ação penal e sua atuação. Disse que todos os crimes apontados pela Procuradoria Geral da República (PGR) foram provados. Para Alexandre de Moraes "O réu Jair Messias Bolsonaro exerceu a função de líder da estrutura criminosa e recebeu ampla contribuição de integrantes do governo federal e das Forças Armadas, utilizando-se da estrutura do Estado brasileiro para a implementação de seu projeto autoritário de poder, conforme fartamente demonstrado nos autos". Em mais de quatro horas de voto, Moraes não detalhou a culpa de cada um dos réus especificamente, mas descreveu todos os fatos que entendeu serem criminosos.
Na sequência, Flávio Dino votou e concordou com Moraes. Dino disse que houve violência e atos executórios, não só de preparação. O ministro ainda mandou um recado ao Congresso dizendo que não cabe anistia a esses tipos de crimes. Também indicou que deve diminuir a pena para alguns réus por ver "menor importância" na atuação deles. São o deputado federal Alexandre Ramagem e os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira.
Os próximos ministros a votarem são, pela ordem, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Três votos formam maioria na Primeira Turma. O tempo de pena de cada rel será defino ao final do julgamento nos casos em que houver condenação. O último dia deve ser separado pela Turma para isso.